15/06/2019

Novas fotos da ninhada da CELTA com o CYBORG agora com 34 dias.

Crio há 28 anos. Tenho feeling para filhotes que serão promissores. Nessa ninhada percebo algumas jóias. Eu consigo ver a evolução da raça como um filme dos primórdios até os dias de hoje. O modelo inicial que seguia o padrão. As modificações sucessivas visando uma perfeição estética e dinâmica para exposições. Me envolvi nisso tudo. Por isso seis anos venci o ranking brasileiro. Hoje me dedico à criação e enquanto a saúde e a realidade permitir seguirei assim. 

Creio que o maior inimigo do american stafffordshire terrier e de seu irmão american pitbull terrier sempre foi o homem. Primero por selecionar nos seus primórdios para a guerra entre si. A luta visando apenas o prazer sádico de seus "criadores". Desde 1936 temos o marco da seleção visando outros atributos e essa foi a data do batismo do american staffordshire terrier. Podemos dizer que fisicamente todo staff é um pitbull mas nem todo pitbull é um staff. Isso pode ser comprovado pelos duplos registros que ocorreram no século passado.

Com a seleção descoordenada e também com a seleção coordenada visando apenas estética e dinamismo para shows temos novamente o homem interferindo na raça. Com a disseminação dos cruzadores de plantão e seus anúncios ora convidativos e ora apenas comerciais notamos o american no meio disso tudo apenas observando. Isso me lembra de uma letra de uma canção do Steppenwolf chamada The Monster.

Bem, essa ninhada mostra americans de estrutura, compactos e fortes em sua maioria. Quando damos uma continuidade a uma criação movidos por um ideal geramos uma energia e com isso colocamos algo de nós em cada cruzamento. E a totalidade dos cruzamentos, unindo passado e presente é que formam uma trabalho de criação. Não é um cruzamento isolado e nem um cão isoladamente que fazem isso. Mas essa totalidade gerada por essa energia cria algo que poucos sabem: alma. Já perceberam que quando cinco motos param numa sinaleira e uma delas é uma Harley Davidson todos ficam olhando e olhando e olhando. Por baixo, por cima, pelos lados, pelo som, pelos metais. Porque? Porque uma Harley possui alma.

Eu nunca pensei que todos os meus cruzamentos fossem uma máquina mecânica de produzir americans como na revolução industrial. Eu sempre achei que se escolhesse com bom acerto os cruzamentos e fosse aperfeiçoando visando genética, estrutura, beleza e temperamento irria criando um mosaico consistente e notei com o passar do tempo que os americans New Kraftfeld possuem algo de mim e eu deles. Nessa fusão surgiu algo que percebo reiteradamente. A criação New Kraftfeld querendo ou não aqueles que também criam, competem ou apenas vendem americans, possui algo inefável, forte e estabelecido. Se chama Alma!

Mas é preciso ser mais do que um medíocre para perceber isso.

Quero agradecer as centenas e centenas de pessoas que deram e dão amor para esses cães. Que nasceram aqui e foram enviados ou entregues com muito amor. Quero agradecer ao grupo Família New Kraftfeld pela dedicação e amor. Aos amigos espalhados por todo o Brasil e pelas atitudes de amizade que muitas vezes demonstraram. Um dia pararei e quero que algo de sólido fique.

Nelson Filippini Almeida


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